Sabemos que o estresse crônico afeta negativamente o corpo. Em alguns casos, pode desencadear o desenvolvimento de inflamação e doença cardio metabólica.
O estresse também pode contribuir para o desenvolvimento de câncer. Estudos anteriores mostraram que, em certos tipos de câncer, ele pode acelerar a progressão e piorar os resultados da doença.
Mas poderá o estresse ser a principal causa da doença? O National Cancer Institute (Instituto Nacional do Câncer) relatou que há atualmente um pequeno número de estudos comprovando a ligação direta entre câncer e estresse.
Mas para Shelley Tworoger, professora associada de ciência da população no Moffitt Cancer Center, em Tampa, na Flórida, há vários fatores que associam o risco de câncer à condição mental.
Estresse e aflição crônicos ativam vias que apoiam a produção de hormônios do estresse “de uma maneira que seu corpo não foi realmente projetado para fazer”, disse ela.
Pesquisas anteriores mostraram que a ativação contínua de tais vias pode levar a mudanças no corpo, como metabolismo alterado, aumento dos níveis de certos hormônios e encurtamento dos telômeros, ou das capas nas extremidades do DNA que evitam danos, informou a Live Science.
Essas mudanças poderiam então contribuir para o desenvolvimento e progressão do câncer, disse Tworoger. O estresse crônico enfraquece o sistema imunológico, que também permite que as células cancerígenas continuem a se espalhar pelo corpo devido à falta de proteção natural.
Há “evidências crescentes de que o estresse crônico pode afetar o risco e a progressão do câncer através da desregulação imunológica”, disse Elisa Bandera, professora de Epidemiologia do Câncer no Rutgers Cancer Institute, em Nova Jersey.
Tworoger e sua equipe realizaram recentemente um estudo que descobriu que as pessoas que eram socialmente isoladas tinham cerca de 1,5 vezes maior risco de desenvolver câncer de ovário. O grupo que apresentava mais sintomas de transtorno de estresse pós-traumático também apresentava risco aumentado de desenvolver a mesma doença.
Outro estudo sugeriu que o estresse no trabalho contribui potencialmente para o aumento do risco de desenvolver câncer colo-retal, pulmonar ou esofágico.
Tworoger observou que há “cada vez mais evidências” mostrando como diminuir o estresse pode ajudar a melhorar a sobrevida e a qualidade de vida dos pacientes diagnosticados com câncer. Ela acrescentou que algumas clínicas já estão usando mindfulness ou aulas de yoga para ajudar sobreviventes de câncer.
Leia também:
Câncer e Açúcar: Estudo sugere que existe uma ligação